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quarta-feira, 20 de março de 2013

ALFABETIZAÇÃO NUMA PERSPECTIVA LETRADA: O TRABALHO PEDAGÓGICO NO CONTEXTO DAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL


ALFABETIZAÇÃO NUMA PERSPECTIVA LETRADA: O TRABALHO PEDAGÓGICO NO CONTEXTO DAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Elizabet Tramontin Silveira Camargo

Centro de Atenção a Criança e ao Adolescente Reitor Alvaro Augusto Cunha Rocha – Universidade Estadual de Ponta Grossa
CAIC/UEPG
GT01- Práticas de Ensino da Educação Infantil e Ensino Fundamental


... Aprender a ler, a escrever, alfabetizar-se é, antes de mais nada, aprender a
ler o mundo, compreender o seu contexto, não numa manipulação mecânica
de palavras, mas numa relação dinâmica que vincula linguagem e realidade.
(Paulo Freire)

RESUMO:
O presente trabalho é um relato de uma experiência que vem sendo desenvolvida na Escola Reitor Alvaro Augusto Cunha Rocha – Educação Infantil e Ensino Fundamental do CAIC/UEPG. Objetiva Registrar a prática de Alfabetização numa perspectiva letrada realizada no contexto das séries iniciais do Ensino Fundamental. Abordada numa perspectiva de conhecimento significativo e dinâmica contextualizada com os princípios do letramento, desconsiderando uma prática mecânica e repetitiva.  Apresenta-se neste texto uma vivência enquanto coordenadora pedagógica durante a transição e efetivação do Ensino fundamental de 9 anos e reflexões sobre o letramento destacando os aspectos da linguagem escrita como um processo dinâmico e ativo nas práticas sociais em que a criança vive e convive durante sua vida.

Palavras-chave: Alfabetização; Letramento; Prática Pedagógica.

INTRODUÇÃO:
Em uma dinâmica participativa e reflexiva, as ações veem sendo desenvolvidas no Centro de Atenção a Criança e ao Adolescente Reitor Alvaro Augusto Cunha Rocha - CAIC- UEPG na Escola Reitor Alvaro Augusto Cunha Rocha Educação Infantil e Ensino Fundamental.
Relata-se a construção de uma caminhada em um momento desafiador, a entrada da criança com seis anos no Ensino Fundamental conforme a Lei nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006. Objetiva-se registrar a pratica de Alfabetização numa perspectiva letrada realizada no contexto das séries iniciais do Ensino Fundamental.
Sendo assim, faz-se necessário apontar os motivos pela escolha do título desse relato entre tantos outros assuntos que permeiam a escola nas series iniciais. Mediante a efetivação desse direito das crianças, de acesso a escola com qualidade, respeitando suas características etárias, sociais, psicológicas e cognitivas (MEC/SEB, 2007, p. 6), acredita-se que alfabetizar letrando, simultaneamente e indissociavelmente, seja o caminho para inserção da criança no mundo da escrita. Sem rupturas, numa perspectiva de conhecimento significativo e dinâmica contextualizada é o que dá significado ao que a criança lê e escreve, exigindo do professor novas formas de tornar o processo de ensino aprendizagem prazeroso.
A mudança da duração do Ensino Fundamental para nove anos, conforme a lei mencionada, e o argumento do governo para melhores oportunidades de aprendizagem principalmente das camadas populares, trouxe grandes desafios para os envolvidos com a educação e no âmbito escolar.
No início muitas dúvidas surgiram quanto à forma de reorganização prevista pela lei e poucos esclarecimentos sobre o assunto por parte dos órgãos públicos. Pelo esforço e comprometimento, foi-se em busca de subsídios para a efetivação da prática pedagógica e objetivos educacionais para o ensino de 9 anos. Sistematicamente, aportes teóricos para discussões e reflexões a cerca da inclusão de alunos de seis anos no ensino fundamental faziam parte do novo cenário da Escola. Criando assim, um mecanismo de formação docente beneficiando o trabalho como um todo. Destaca-se a relevância desse processo no que tange a responsabilidade e comprometimento dos envolvidos em relação à ampliação do ensino de nove anos para um desenvolvimento qualitativo da criança, respeitando tempo e espaço.
Em conformidade com as novas diretrizes de ampliação do ensino fundamental para nove anos reporta a seguir pressupostos que contribuíram nesse processo: documentos lançados pelo governo para auxiliar na orientação pedagógica sobre o desenvolvimento curricular e a organização do trabalho pedagógico, para que o mesmo aconteça sem rupturas, com ensino de qualidade sem antecipar a antiga 1ª série de 8 anos; (re)organização principalmente em relação ao Projeto Político Pedagógico contribuindo para que a criança sinta-se segura, num ambiente acolhedor e propício à aprendizagem sem causar tanto impacto na organização da ação docente e na transição da Educação Infantil para o ensino fundamental, acontecendo de forma natural; compreender a concepção de criança, vista neste processo como construtora, desde o início da sua vida; a valorização da infância e desenvolvimento infantil onde o perfil da criança de 6 anos é visto pela imaginação, curiosidade e desejo de aprender de forma privilegiada de conhecer o mundo por meio principalmente do brincar; o brincar como ferramenta pedagógica e o brincar espontâneo considerados vistos como diferentes modos de brincar; a escola com a função da sistematização do conhecimento – da leitura e da escrita – possibilitando a inserção da criança no mundo, numa concepção de alfabetizar letrando.
Socializa-se, também o processo dos encaminhamentos metodológicos da proposta pedagógica do Ensino de 9 Anos, que vem sendo construído numa postura investigativa, em busca de novos conhecimentos, suportes para a construção dessa nova prática, durante os planejamentos realizados em encontros semanais, entre a coordenação e os professores. Onde o fazer torna-se alvo de reflexões, estudos e planejamentos, elencando necessidades para os novos desafios, apoiando-se nos princípios e concepções que norteiam e fundamentavam a prática pedagógica o que garante um trabalho pedagógico qualitativo promovendo a aprendizagem dos alunos.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A extensão da duração do Ensino Fundamental para nove anos, conforme a Lei nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006, e o argumento do governo que a mudança trará melhores oportunidades de aprendizagem principalmente das camadas populares, trouxe grandes desafios para os envolvidos com a educação e no âmbito escolar.
A ampliação do Ensino Fundamental deve traduzir-se em ganho de qualidade para os alunos, que não resulta apenas na ampliação de mais um ano escolar e sim em uma reorganização de toda uma estrutura onde deverá ser respeitado o direito da criança a infância e a educação. É necessária uma clareza de entendimento, de todos os envolvidos, sobre a proposta de Ensino fundamental de seis anos, para que a passagem da criança da Educação Infantil para o primeiro ano aconteça com tranquilidade sem rupturas, sob um olhar atento às especificidades dessa idade tenha ela estado na Educação Infantil ou não.
A Educação Infantil não tem a função de preparar para o Ensino Fundamental devido suas peculiaridades, o Ensino Fundamental é que terá que se valer de uma proposta curricular que atenda as características e as necessidades das crianças de seis anos (BRASIL 2006).
Em 2006 o governo lançou documentos para auxiliar em relação as dúvidas “Ensino de nove anos orientações para a inclusão de crianças de 6 anos”, com artigos para orientação pedagógica e possibilidades de trabalho e a reestruturação do Ensino Fundamental. Entre os artigos, um deles discute a possibilidade de desenvolvimento curricular para as crianças dos anos iniciais (CORSINO, 2006) e num outro sugere quatro maneiras para a organização do trabalho pedagógico (NERY, 2006): atividades permanentes, sequencias didáticas, projetos, e atividades de sistematização.
Segundo Brasil 2004, a criança já apresenta condições de simbolizar, compreender o mundo, estruturando o pensamento fazendo uso de diferentes linguagens sendo necessário a escola preparar-se para recebê-la sem antecipar o que era trabalhado na antiga 1ª série do Ensino Fundamental de oito anos.
Destaca-se nos documentos Federais que a transição da criança da Educação Infantil para o Ensino Fundamental não significa ruptura e negação do contexto socioafetivo e de aprendizagem anterior e sim a continuidade e ampliação dessas experiências. Sugere-se ainda que os sistemas de ensino devam garantir maior aproximação entre Educação Infantil e Ensino Fundamental em respeito à criança.
Foi preciso uma longa caminhada para que a criança fosse vista em sua plenitude e na forma de ser e estar no mundo “... a criança é entendida como construtora desde o início da vida, do conhecimento, da cultura e da própria identidade... é rica em potencial, forte, poderosa e competente”.  (MORENO e PASCHOAL 2009 p. 39)
O que fará a diferença para dar conta dessa criança não é o aumento do tempo de permanência na escola, mas a qualidade do trabalho que lhe é proposto e desenvolvido que atenda as especificidades da faixa etária, MORENO e PASCHOAL 2009 p. 43, destacam que a concepção de criança nas perspectivas da lei nº 11.274/06 de 6 de fevereiro d 2006 “...o perfil da criança de 6 anos se caracteriza pela imaginação, curiosidade, movimento e desejo de aprender aliados a forma privilegiada de conhecer o mundo por meio principalmente  do brincar”.
Mediante o exposto, as brincadeiras podem e devem fazer  parte, uma vez que podem ser contempladas no trabalho com as crianças pois ao frequentar a escola de Ensino Fundamental, tenha assegurado o seu direito a brincadeira...

É importante lembrar que a brincadeira é uma maneira privilegiada de as crianças se expressarem, representarem, compreenderem, e transformarem o mundo. Portanto educar crianças pequenas requer que os professores incluam e valorizem os muitos “brincares”  no cotidiano da educação infantil. Aos olhos das pessoas que não compreendem a importância do brincar para o desenvolvimento humano, as brincadeiras nas instituições de educação infantil podem dar a impressão de desorganização, bagunça, por isso, serem incompatíveis com o processo educativo. No entanto a aprendizagem e organização nas próprias brincadeiras. Nestas as crianças criam situações que precisam solucionar, entender, e isso não pode ser menosprezado  pelos adultos, principalmente pelos professores, que tem na brincadeira  a oportunidade de observar e intervir nas interações, propor novas situações, ensinar novas brincadeiras, potencializar a aprendizagem e ampliar as experiências (PARANÁ SEED,2006, P. 31)

Acredita-se no brincar como ferramenta pedagógica de aprendizado, pois com intencionalidade pedagógica e se o professor estiver atento às atitudes durante o jogo simbólico, aos conceitos que formula, aos valores que expressa é possível

...aliar estes dois aspectos, o brincar espontaneamente e o brincar para aprender determinados conteúdos. Isso significa que as diferentes formas de brincar na escola de Ensino Fundamental constituem apenas diferentes modos de ensinar e aprender que, ao incorporarem a ludicidade, podem propiciar novas e interessantes relações e interações entre as crianças e destas com os conhecimentos (BORBA, 2006, P.43).

Em se tratando da construção do conhecimento, a escola não é a única responsável por propiciar a criança à entrada dela a esse mundo. O contato e o uso da leitura e da escrita acontecem bem antes das crianças entrarem na escola. É a prática do letramento sendo vivenciada pela criança desde muito cedo em seu contexto relacional. O que ocorre, é que essa forma de contato com práticas de leitura e escrita acontecem sem planejamento, ficando para a escola orientá-los de forma sistemática, planejada e orientada num processo de alfabetização e letramento de forma articulada e simultânea, inserindo a criança no mundo da escrita independente do nível em que se está.
A escola deve favorecer o contato da criança não só com a escrita, como também de seus usos e funções, vivenciando essas práticas. Para que a criança se insira de forma plena no mundo da escrita “é fundamental que a alfabetização e letramento sejam processos simultâneos e indissociáveis”.
De acordo com Magda Soares (SEED/PR, p. 26), alfabetização não deve ser feita “... com base em frases e textos (pseudotextos) construídos artificialmente apenas para servir ao objetivo de ensinar ler e escrever; ao contrário, esse ensino pode e deve ser feito a partir de textos reais, textos que circulam no contexto da criança, para que ela se aproprie do sistema de escrita vivenciando-o como tal como é realmente usado nas práticas sociais que envolvem a língua escrita.”
Já o desenvolvimento de competências para a leitura e a escrita, o letramento

... deve ser orientado por objetivos específicos: familiarização da criança, na leitura e na escrita, com diferentes gêneros de texto e suas características específicas, manipulação adequada de diferentes portadores de textos, particularmente livros, utilização de livros de referência (dicionários, enciclopédias), conhecimento e uso de biblioteca, entre muitos outros objetivos orientados pelo e para o letramento. Mas essas atividades podem e devem e podem aproveitar-se de todas as oportunidades que levem a criança a identificar e a compreender a tecnologia que possibilita a produção do material escrito com que convive.” Magda Soares (SEED/PR, p. 26)

Mediante o exposto, já não se pode ter somente um método para orientar a aprendizagem inicial da escrita das crianças e sim uma articulação de procedimentos que alfabetizem e letrem. Aos poucos, ao vivenciarem os discursos orais e escritos as crianças vão dando forma e sentido, entendo como a linguagem funciona e como produz sentidos. Assim os alunos aprendem a ler e escrever como sendo uma consequência da ampliação do conhecimento do mundo letrado.

DESCRIÇÃO DO PROCESSO/EXPERIÊNCIA
“ Se você não voltar a ser como uma criança,
não entrará no reino encantado da pedagogia...
Em vez de procurar esquecer a infância,
 acostume-se a revivê-la com os alunos..”
 (Freinet.1996)

Ao contextualizar a prática pedagógica destaca-se o espaço privilegiado da instituição escolar em questão. É uma escola de período integral, em que os professores tem uma hora de planejamento diário e quatro horas de formação/organização semanal. Onde se acredita que a especificidade da ação educativa é marcada pelo trabalho coletivo e pelas relações que se estabelecem.
Socializar a prática pedagógica é imprescindível para a qualidade do trabalho educativo. Compartilhar saberes científico e experiências vividas é fundamental para a articulação na Educação Infantil e Ensino fundamental.
É nessa crença que como profissional da educação comprometida com a aprendizagem escrevo um relado de como vem sendo construído cotidianamente o trabalho pedagógico no contexto das séries iniciais do Ensino Fundamental.
Então, numa perspectiva de conhecimento significativo e dinâmica contextualizada com os princípios do letramento, onde se desconsidera uma prática mecânica e repetitiva, apresenta-se neste texto reflexões sobre o trabalho pedagógico destacando os aspectos da linguagem escrita como um processo dinâmico e ativo nas práticas sociais em que a criança vive e convive durante sua vida.
Mediante o Projeto Politico Pedagógico, a matriz curricular da escola deve ser respeitada. Matriz curricular, objetivos, planejamento, atividade dos alunos devem estar em perfeita sintonia.  Os objetivos para o bimestre são levantados por área de conhecimento, como também as atividades que serão desenvolvidas de acordo com os níveis de aprendizagem dos alunos nascendo assim o plano de trabalho para o bimestre.
Com o desafio para mais um ano letivo, a primeira atitude a ser tomada é a realização de um diagnóstico de aprendizagem com os alunos, para saber qual o nível de aprendizagem do grupo a ser trabalhado e também o desenvolvimento de cada criança. Precisa-se ter noção de quantos alunos diferenciam letra/número/desenho; reconhecem o nome; as letras do alfabeto; realizam leitura inferencial; como está a construção do número se identificam e quantificam.
Com os resultados, base para iniciar as atividades, damos continuidade aos encaminhamentos, traçamos as metas para o ano letivo tendo como foco principal os níveis de aprendizagem dos alunos e do grupo como um todo. As atividades que favorecem a aprendizagem dos alunos, precisam também atender as necessidades específicas. Assim é preciso definir quais estratégias, quais metodologias, quais seriam os encaminhamentos necessários, ou seja, uma reorganização das ações.
A rotina em sala de aula e a prática pedagógica com direção as necessidades dos alunos, e especificidades da faixa etária, exigiu um olhar especial para o desenvolvimento das atividades contando com a criatividade e qualificação do professor que é mediado pelo pedagogo.
O trabalho em sala de aula passa a ser direcionado com atividades regadas de leituras diárias, situações problemas com questões do cotidiano dos alunos, desenhos, textos, músicas, cantigas, brincadeiras, atividades lúdicas, jogos e outros... A escola dá continuidade ao desenvolvimento da criança possibilitando a ela a compreensão e o sentido no processo de sua inserção no mundo letrado garantindo seu direito de brincar.
No início do ano elege-se com os alunos assuntos de interesse que irão investigar durante o ano letivo. Desta forma temas significativos, da realidade, se imprimem no dia a dia, delimitando as formas de organizar o trabalho no tempo e no espaço, e se concretizando através de atividades realizadas pelo grupo em forma de Projetos de trabalho (Hernándes, 1998).
Os planejamentos são semanais, num primeiro momento, acontecem com a coordenação pedagógica do nível, que sempre prioriza momentos de discussões da fundamentação teórica para as ações em sala de aula e num segundo momento, os professores fazem os planos diários com as atividades e recursos que serão necessários. O professor que já conhece o seu grupo, sabe de seus interesses, tem a autonomia para elencar uma temática que irá pautar o trabalho com os alunos. Esse tema será reportado durante a semana ou até que se esgotem as possibilidades de exploração do mesmo. A qualidade do planejamento, com elaboração detalhada de tal forma que outro professor possa executá-lo, é indispensável, como coloca Gontijo, 2003p. 40 “não acredito que o planejamento deva ser uma camisa de força e que não possa sofrer mudanças durante o seu desenvolvimento, mas se o trabalho educativo, não for orientado de maneira sistemática, intencional e visando as finalidades determinadas, poderá redundar em resultados desastrosos para as crianças que precisam de escola para aprender” (Gontijo, 2003).
Assim, os professores sabem o que vão precisar em cada aula, como os alunos ficam situados sobre o assunto que irão trabalhar, pois dele decorrerão inúmeras atividades. O trabalho organizado dessa forma necessita de uma capacidade de gerenciamento do tempo por parte do professor de forma flexível e particular. Cada um conduz de acordo com seu ritmo e também do seu grupo de alunos.
Dessa forma, esgota-se a problemática da falta de material didático adequado. Pois a produção de materiais e atividades são pré-elaboradas e selecionadas nos planejamentos. Nessa dinâmica o professor vai se apropriando de sua prática, envolvendo-se nas propostas do dia, tendo segurança para que se for preciso altere o planejamento de acordo com as necessidades. Torna-se inerente a vitalidade no processo, desenvolve-se o currículo conseguindo envolver os alunos que por sua vez produzem conhecimento e sentem-se parte do processo. Ainda visualiza-se a estrutura da aula a ser ministrada e da aprendizagem dos alunos num processo de avaliação diagnóstica e processual.
O que proporcionou trabalhar dessa forma foi à resposta obtida mediante a fundamentação teórica das necessidades e a organização dos planejamentos. O professor passou a perceber que os alunos estavam avançando e que havia significado em sua prática. O professor se envolveu realmente nas atividades assim como conseguiu envolver os alunos; é autor do material utilizado em sala de aula; a avaliação acontece de forma contínua; os planos de aula dão suporte às necessidades do foco principal, que é favorecer atividades que propiciem aprendizado considerando a faixa etária;
Neste contexto, com o intuito de mudar e (re)organizar a prática pedagógica, a coordenação assume o papel de mediadora do processo ensino aprendizagem, sendo um ponto de apoio. Cria laços afetivos com os professores e alunos, sente-se parte do processo. O contato em sala de aula é direto. Bimestralmente realiza-se o diagnóstico, atividades de forma lúdica, para observar o avanço e as necessidades de cada aluno, qual a melhor estratégia para o grupo o que precisam, os avanços e o que está dando certo. Discute e analisa os resultados nos planejamentos para compreender o significado dos dados, pois é o reflexo do trabalho. Esse contato da coordenação direto com os alunos, também em sessões de orientação, faz com que os dados sejam objetivos e pontuais bem como, apresente hipóteses, para questionar e ajudar na reflexão da práxis que também é registrada nos conselhos de avaliação no final dos bimestres.
Nas atividades selecionadas, destaca-se a prática que vem sendo vivenciada, caracteriza-se em aspectos de modos de letrar e dos percursos desse processo percorridos pelas crianças.
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Produção da criança após a professora realizar atividades na linha, no saguão da escola e contar a história “Como a girafinha Flor fez uma descoberta”; a “Cigarra e a Formiga” Atividades do Projeto TODAS AS COISAS TEM NOME que o grupo desenvolve. Atividades de leitura com diferentes portadores de textos devem ser diárias.
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A Correspondência Escolar e uma forma elaborada de comunicação, necessidade de criar contextos significativos para a criança.
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As Listas de compras ajudam a desenvolver habilidades de uso de leitura e escrita nas práticas sociais que envolvem atitudes em relação a esse aprendizado.
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Atividades contextualizadas onde o aluno experimenta situações significativas e diversificadas. Atividade do projeto “Todas As Coisas Tem Nome” valorizando o aluno favorecendo a autoestima, enfocando atividades sociais de aprendizagem.
Descrição: Descrição: C:\Users\Giovanni\Pictures\MOSTRA CULTURAL CAIC 2011\Mostra Cultural\DSCF0198.JPG             Descrição: Descrição: D:\Imagem 2612.jpg  
Texto cooperativo realizado pelos alunos no PROJETO FOLCLORE. Ao escrever no coletivo a criança aprende novos conhecimentos sobre a língua escrita. Também com o uso do Jogo das letras é fundamental explicitar a criança o sentido das palavras e sons enfatizando o que ela já possui.
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No Diagnóstico possibilita identificar as hipóteses sobre a língua escrita e com isso adequar o planejamento de acordo com as necessidades de aprendizagem de cada aluno e do grupo (a escrita da mesma criança em 6 meses). Propiciar atividades onde a criança escreva segundo suas hipóteses é fundamental para refletir sobre a escrita. Dicionário uma proposta para construção de palavras do contexto.
Descrição: Descrição: F:\Ano novo 2012 042.jpg             Descrição: Descrição: D:\Imagem 2528.jpg
Desenho Livre, textura gestual excelente meio de verificar o conhecimento. O desenho não só como liberdade de expressão, mas também, resultado de atividade envolvendo aspectos cognitivos, representação da realidade, formação de conceito condição de linguagem e conhecimento construído.

       Descrição: D:\Imagem 2580.jpg
Valorizar o Brincar como forma de aprendizagem. As brincadeiras são linguagens não verbais pelas quais as crianças se expressam demonstrando sua realidade e construindo conhecimento.

Neste contexto, se destaca ainda atividades de leitura de histórias criadas pelas crianças e registradas pela professora; levantamento das propostas diárias com a participação dos alunos; a cultura letrada sobressai com títulos de filmes que são discutidos e selecionados para assistirem; a prática de bilhetes; problematizações a cerca de decisões que precisam ser tomadas pelo grupo nas assembleias inicial (manhã) e final (tarde); construção das normas disciplinares; Jogos pedagógicos; brincadeiras ao ar livre; a construção do número de forma lúdica com situações problemas do dia a dia;
Parte do desenvolvimento das atividades dos alunos refletem as linguagens em que estão envolvidos, os objetos que o cercam, os discursos que entram em contato, tudo fala da ampliação do conhecimento e pertencimento a uma cultura letrada. Neste mesmo sentido as crianças expressam o que experienciam e o que vão construindo do material que tem contato.
De todo o jeito escrevendo, falando ou brincando estão produzindo sentidos e aprendendo diferentes modos de responder as questões do contexto. O professor é o mediador das interações do contexto sociocultural e cognitivo onde estão inseridos.
Um ponto importante no processo que não pode deixar de ser mencionado é o envolvimento dos pais. A família é mobilizada já no início do ano letivo, pois é chamada a fazer parte do processo para que compreendam a dinamização do trabalho a ser realizado. Conhecem as professoras e se responsabilizam quanto às necessidades, aos compromissos, as faltas dos filhos, assim comprometendo-se com a Escola em prol da aprendizagem. Esse contato continua bimestralmente nas reuniões pedagógicas, com participação significativa dos pais, e também quando surge alguma necessidade a coordenação realiza um trabalho de orientação com a família.

RESULTADOS OBTIDOS/ CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sabe-se que mediante as relações do dia a dia a criança cria uma leitura particular de mundo. É nesta perspectiva que a prática pedagógica deve se efetivar oportunizando níveis qualitativos de aprendizagem. Mediante novas exigências do atual contexto o professor precisa ter fundamentação teórica para nortear sua prática em sala de aula, com bom domínio numa dimensão inovadora e possibilitadora de articulação com o contexto da criança.
As relações que a criança estabelece no contexto deverão ser articuladas com a escola visando um aprendizado e bases qualitativas e dialógicas. Cada um, a sua maneira vai se construindo.
A coordenação pedagógica acreditando na construção da prática pedagógica por parte dos professores mediante os resultados percebidos. O professor das turmas de alfabetização são muito cobrados seu trabalho é muito claro em seus resultados. Então precisa saber que é valorizado, tem direito a formação contínua, que a equipe tem confiança em seu trabalho, que é responsável, e ter retorno de seus esforços e de seu trabalho.
Muito ainda se tem que aprender, o que se sabe é que a criança deve ser respeitada em sua especificidade.

REFERÊNCIAS
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